Dois corpos suados de prazer e revelados pela luz trémula de uma vela cansada!
As palavras não eram necessárias, no entanto a voz dele revela aquilo que a muito escondia.
-Lembras-te, quando nos conhecemos e ...
Neste preciso momento um sorriso iluminou os lábios dela
- Sim! Claro que me lembro.
- ... E que eu te dizia que tinha de ir para casa porque estava cansado e...
- Sim, também me lembro!
- Na realidade eu ia passar o resto do dia com a Susana !
As lágrimas que tinha aprendido a reter desde que namorava com ele, foram a única resposta que lhe conseguiu dar.
_ Não chores, sabes que não gosto de te ver chorar...
E dizendo estas palavras, quis reconfortá-la como sempre o fazia, apertando-a contra o seu peito e dando-lhe beijos na testa.
- Não me toques! Depois de alguns instantes de silêncio conseguiu finalmente engolir o nó na garganta e falar... Como é que foste capaz?
- Tu sabes, nessa altura tu eras...
- Eu sei, sim sei... Sei que nunca foste muito romântico, sei que nunca fizeste esforços para me agradar, sei muita coisa. Eu não te estou a perguntar como foste capaz de me enganar, mas sim como foste capaz de me confessar isso agora.
Nem ele tinha a resposta...
Levantando-se, e vestindo rápidamente ...
- Não fiques zangada comigo, não te vás embora assim, espera...
- Esperar!
Mas já era tarde, ela desaparecia atrás da porta, e ele ficou imovel na cama e voltou a dormecer .
Nessa mesma noite, enquanto voltava para casa, por uma estrada familiar, na curva menos perigosa, perdeu o controlo do carro que foi embater contra um muro do outro lado da estrada. Perdera a vida!
Eu sei que pode parecer um simples acidente, porque ela estava nervosa, porque ela tinha os olhos enevoados das lágrimas, porque estava areia na estrada, porque a mesma estava em mau estado...
Ou será que até na morta ela o amou e quis poupar-lhe o sofrimento da culpabilidade?
. Martin Solveig - Rejectio...
. Gula!
. Magui
. Premiada
. Desafio!